Publico um texto do amigo Carlos Eugenio Clemente Rodrigues, estudante de Sociologia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, sobre a Globalização.
Vale a pena ler e refletir.
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O fenômeno da globalização ainda recebe uma conotação ideológica, sendo pouco encarado como um fato social concreto. Autores marxistas como François Chesnais preferem o termo “mundialização do capital”, em vez de globalização, mas isso não seria simplificar um fato concreto? A mundialização do capital não é apenas um elemento mais moderno da própria globalização que se apresenta como um objeto mais complexo?
O medo de que a globalização retire identidades e mate culturas creio ser muito radical. O fenômeno não veio para substituir ou se impor sobre nada, ele se integrou. É válido perguntar: A globalização é um fenômeno novo, ou apenas passou a se manifestar com mais intensidade? Quando o mundo Grego espalhou sua cultura pela maior parte do mundo então conhecido já não era uma forma de acontecimento do fenômeno? Não conhecemos somente a cultura Helênica, ela não substituiu as outras culturas. Parece mais proveitoso, em vez de discutir se a globalização existe ou não, aceita-la e passar a discutir os fatores que permitiram que ela se manifestasse com mais força e aumentasse tanto nas ultimas décadas.
As Ciências Sociais têm de se ocupar de criar novas teorias para entender o que está acontecendo. As teorias clássicas baseadas na análise do Estado-Nação não dão mais conta de explicar um fenômeno que ultrapassou essa barreira e se manifesta em todo o globo. Max Weber em “A ‘objetividade’ do conhecimento nas ciências sociais” diz que as Ciências Sociais devem estudar aquilo que tem importância na vida dos homens comuns, e a globalização sem duvidas possui essa importância. Os meios de comunicação globais, intercâmbios de meios de produção, de capital e de cultura interferem no cotidiano das pessoas e influenciam sua forma de agir e pensar.
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Obrigado ao amigo Carlos por gentilmente ceder vosso texto para compartilhar com os leitores do Blog!
Concordo com o texto.
ResponderExcluirDevemos quebrar o mito que sociologia é chata, mas para isso (como já citado) temos que mostrar a importância dela na vida dos homens comuns, na nossa vida.
Arrasa Carlinhoss!
muitos beijos pra vcs dois.
Aliás, Carlos, já dizia Francis Bacon, o "pai" da ciência moderna, que a "ciência" somente deveria se preocupar com o que é útil aos homens. A sociologia, como ciência que é, deve se preocupar com o que é útil... por isso a necessidade de se estudar a Globalização. Para quem acompanhou o texto do Carlos, sugiro a leitura de "Globalização", de Zigmund Bauman.
ResponderExcluirAbraços!!!
Não concordo que as culturas sejam extintas, mas sim, modificadas. Até afirmo que há uma evolução - Drawin quando diz que o homem se adpata ao meio - no modo comportamental, na qual as pessoas criam maior facilidade em exporem suas idéias, criando singularidades que futuramente, serão parte de um grupo, tornando-se plural (solidariedade).
ResponderExcluirSe o meio muda pela “mundialização do capital” as pessoas se adaptam, com passar do tempo, se unem em grupos menores, assim como acontece virtualmente. Cito o estudo mercadalógico de "CHRIS ANDESON" em seu livro "The Long Tail".
Digo até que em um futuro distante, o Brasil não será mais Brasil e sim vários "Brasis" independentes.
Mas Fábio, nosso amigo Carlos não disse - pelo menos eu não visualizei - em momento algum que as culturas são extintas... muito pelo contrário! Ele disse sim que elas são modificadas, assim como você sugeriu. No mais, culturalmente, o Brasil já é, do ponto de vista cultural, há muitos anos, vários "Brasis". Abraços!
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