terça-feira, 11 de agosto de 2009

O ADVOGADO COM ESCRÚPULOS

Esses dias os meios de comunicação noticiaram um episódio de um advogado que recebeu como procurador de uma cliente, idosa, carente e doente, um alto valor em dinheiro em uma ação previdenciária.

Deveria – como procurador da velha senhora – repassar o dinheiro para esta.

Não o fez.

Embolsou.

Deve ter pensado que o valor deveria ser retido, a título de honorários advocatícios.

Alguns políticos dão a mesma desculpa. “Não podia empregar parente? Não sabia!”. “Não podia mandar o filho para a Disney com dinheiro desse povo idiota? Não sabia também!”. Ou então falam: “O dinheiro não é meu!” ou “Não sei de nada, não vi ninguém... nem sei quem sou eu!”.

Ora, a advocacia é uma linda profissão. Ser advogado é lutar por um ideal.

Alguns se esqueceram disso. Não vivem mais para o Direito; optaram pelo Torto.

Por causa de uma minoria, nós, advogados, somos nivelados com bandidos. Isso tem que acabar! E o problema disso todos nós sabemos: educação.

Não é só a educação de base, a escolar, a acadêmica. É educação de berço. Educação que se confunde com respeito.

A advocacia não é de segundo plano. É de primeiro! Ser advogado te dá prazer quando você vê uma velha senhora sorrindo, porque poderá comprar um fogãozinho para esquentar o café naquele velho barraco no Glicério...

O bom advogado ganha 30 mil reais em um ano de trabalho. Talvez até em meses ou em apenas um mês, se for muito bom. Aquela velha senhora levou “só” 30 anos.

Você, que abraça a profissão agora, ou que sonha com ela ou com qualquer outra do ramo jurídico, se espelhe na velha senhora, não no mau advogado (ou naquele que se diz um).

Gabriel García Marquez é certeiro, e nos 100 anos de solidão, dizia:

“... e que tudo o que estava escrito neles era irrepetível desde sempre e por todo sempre, porque as estirpes condenadas a cem anos de solidão não tinham uma segunda oportunidade sobre a terra”.

Parabéns povo do Direito, pelo seu dia! Ainda vale a pena ser honesto!