quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O PODER

                               O poder é um fenômeno que se diz na política, no direito, na economia, na história, na cultura, no amor, na dor, na ciência e também se vê na violência, na força, na persuasão, no convencimento, na vitória, na resistência e até mesmo na derrota, na fraqueza e no desamparo.
                               Pensamos no poder sempre como uma COISA. Porém, se for uma COISA, podemos ter e também perder. Mas, não podemos pensar no poder como um comportamento? Se a resposta for positiva, teríamos aqui uma relação de poder.
                               Governo ou domínio sem poder é algo frágil, pois lhe falta algo. O que lhe falta?
                               Ora, o poder pode ser substância (poder como algo), pode ser faculdade humana de produzir obediência e pode ser instrumento de exercício de império e de soberania.
                               O poder como algo é exercido. Exercido por homens, instaurando uma relação de comando. Poder e força se relacionam, pois os detentores do poder são aqueles que têm a força necessária para fazer respeitar as normas que lhes emanam.
                               A força é INSTRUMENTO necessário ao poder, mas não é seu FUNDAMENTO.
                               O que justifica o poder é o consenso; a força somente é necessária para exercitar o PODER.
                               O DIREITO é o que regulamenta o exercício da força. O poder é uma qualidade imanente aos indivíduos, que é limitada à medida que se exige seu agrupamento (consenso ou contrato).
                               Após o advento do Cristianismo, a liberdade começou a ser equacionada como LIVRE-ARBÍTRIO. E isso também se relaciona com o poder. Assim, poder não é força, mas sim controle.
                               Desde há muito tempo, o poder sempre foi vertido em uma função comunicacional. Não se trata de forte e fraco, mas sim de um conjunto de fatores. O poder pode ser violência simbólica também, pode ser um código, e se for um código, ele impõe a força, mas sim se exerce uma relação de comunicação.
                               Assim, todo agente ou instituição que exerce poder o faz sempre a título de mandatário, de detentor, por delegação, do direito de violência simbólica. O profeta é seguido pelos discípulos à medida que segue os discípulos.
                               Cabe à autoridade utilizar a força apenas em certa margem, sempre no interesse público. Mas como a noção de interesse público é relativamente vaga, para não dizer ambígua, a vinculação entre direito e violência é constantemente instável.
                               A violência é em si mesma ambígua, pois tanto sustenta a ordem social, como pode destruí-la.
                               O direito não tutela o uso errado, desumano e violento do PODER; o poder e o direito se coadunam quando forem exercidos conjuntamente para buscar o bem.   

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